A partir do próximo ano, consumidores terão um caminho mais simples e rápido para migrar empréstimos entre instituições financeiras. O Banco Central anunciou, nesta sexta-feira (28), que a portabilidade de operações de crédito será incorporada ao open finance, permitindo que a transferência seja feita de maneira totalmente digital.
O novo recurso começará a funcionar para o público em fevereiro de 2026, inicialmente apenas para o crédito pessoal. Depois dessa fase, outras linhas de financiamento serão integradas gradualmente.
Hoje, a portabilidade já existe, mas é considerada lenta e burocrática. O BC destaca que o novo modelo não substitui o atual apenas adiciona uma alternativa mais eficiente, apoiada no compartilhamento padronizado de informações entre bancos e fintechs. A expectativa é reduzir falhas, custos e facilitar a busca por juros menores.
Segundo a autarquia, o uso da infraestrutura do open finance deve diminuir o prazo máximo de conclusão das operações: de cinco para três dias úteis, desde que o pedido seja feito dentro do sistema digital do open finance.
Digitalização e mais competição
A transferência do empréstimo será feita diretamente pelos aplicativos das instituições financeiras. O Banco Central avalia que essa automação ampliará a concorrência, fazendo com que os bancos disputem o cliente com ofertas mais vantajosas.
Para o diretor de Regulação do BC, Gilneu Vivan, a mudança é um passo natural dentro da expansão do open finance. Ele afirma que o modelo traz “mais transparência, troca de informações e uma experiência mais simples para o cliente”.
Cronograma escalonado
A Resolução Conjunta nº 15/2025, aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na quinta-feira (27), abriu caminho para testes fechados ainda antes do lançamento oficial, previsto para fevereiro de 2026.
O cronograma prevê:
- Agosto de 2026: início dos testes com crédito consignado do setor público federal.
- Novembro de 2026: liberação da portabilidade do consignado para o público geral.
- Outras modalidades serão adicionadas conforme o avanço da implementação.
Tanto o BC quanto o CMN afirmam que essa evolução deve ampliar o uso do open finance e fortalecer a integração entre instituições financeiras, sempre com foco na melhoria da experiência do usuário.
O que é o open finance
O open finance ou sistema financeiro aberto permite que o cliente autorize o compartilhamento de seus dados bancários entre diferentes instituições. Isso dá ao consumidor mais autonomia para buscar produtos financeiros personalizados, comparar ofertas e movimentar contas em plataformas distintas, tudo com padrões reforçados de segurança e privacidade.