A família de Anderson de Oliveira Ferreira, de 25 anos, vive dias de angústia após perder contato com o jovem na Rússia. Natural do bairro de Pirituba, em São Paulo, Anderson teria sido aliciado ainda no Brasil para integrar as tropas russas na guerra contra a Ucrânia.

O desaparecimento veio à tona em junho, quando parentes descobriram que ele estaria envolvido diretamente no conflito iniciado em 2022. Anderson deixou uma filha de cinco anos no Brasil. A mãe da criança, Gabriela Oliveira Silva, relatou o sofrimento da menina: “Ela chora todo dia querendo ver o pai”.

De acordo com Helade Medeiros, mãe do jovem, Anderson embarcou rumo à Rússia em fevereiro deste ano, dizendo que trabalharia como segurança particular. O último contato aconteceu no fim de junho, quando ele afirmou que voltaria apenas após o fim do contrato. “Eu pedi: ‘Anderson, volta para cá’. E ele respondeu: ‘Não, quando meu contrato acabar, eu volto’”, recorda Helade.

A confirmação sobre o possível envolvimento do brasileiro na guerra veio por meio de uma ligação anônima de um soldado que servia ao lado dele. “Esse amigo dele contou que eles tinham ido para a linha de frente, mas o Anderson e outros soldados não retornaram”, disse a mãe.

Para Helade, a hipótese mais provável é que o filho tenha morrido em combate. “Tenho quase 100% de certeza que ele morreu, porque o comandante só quer resgatar quem está vivo. Os mortos ficam para trás”, lamentou.

Ainda segundo o relato do soldado, eles teriam sido atacados por drones que lançaram bombas na posição onde estavam. O caso permanece nebuloso: não se sabe se Anderson foi enganado com a promessa de trabalho como segurança ou se teria se alistado voluntariamente sem contar à família.

Ex-companheira do jovem, Gabriela relatou que ele já havia demonstrado interesse pela carreira militar, tendo trabalhado como segurança e tentado ingressar tanto no Exército quanto na Polícia. A suspeita é que recrutadores estrangeiros tenham como alvo justamente jovens com esse perfil.

Abalada, Helade reforça que o maior desejo da família agora é ter notícias concretas. “Só quero ajuda para trazer o corpo do meu filho de volta”, desabafa.

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