A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu, nesta segunda-feira (4), 103 quilos de ouro durante uma abordagem a uma caminhonete em Boa Vista, capital de Roraima. O material, dividido em barras, está avaliado em cerca de R$ 61 milhões, conforme a cotação atual do Banco Central. Um homem de 30 anos, que dirigia o veículo, foi preso.
De acordo com a corporação, essa foi a maior apreensão de ouro já registrada pela PRF no país. A abordagem ocorreu por volta do meio-dia, na altura da ponte dos Macuxis, na BR-401. No veículo, além do motorista, estavam sua esposa e o filho do casal, um bebê de apenas 9 meses.
Os agentes suspeitaram de irregularidades na documentação apresentada e decidiram aprofundar a vistoria. Durante a inspeção, localizaram as barras de ouro escondidas dentro do painel da caminhonete. O motorista afirmou trabalhar no setor de construção civil e em “grandes obras”, conforme relato da PRF.
“Durante a abordagem, percebemos que algumas partes do carro haviam sido adulteradas. Isso nos levou a fazer uma verificação mais minuciosa. Já conhecemos as rotas utilizadas por esse tipo de transporte, e nosso trabalho é justamente identificar comportamentos suspeitos”, explicou o policial rodoviário Rodrigo Magno.
Até então, a maior apreensão de ouro em Roraima havia ocorrido em junho de 2024, quando foram recolhidos 21 kg do minério e duas pessoas acabaram presas com 33 barras ilegais.
“Sabemos que essa foi a maior apreensão registrada no estado. Apesar de serem frequentes os casos envolvendo ouro de garimpo ilegal, nada se compara a esse volume”, reforçou Magno.
As barras apreendidas foram encaminhadas à sede da Polícia Federal, que dará continuidade às investigações. A caminhonete, uma Toyota Hilux 2024, não está registrada em nome do motorista, e a PRF não informou quem seria o verdadeiro proprietário do veículo.
Segundo informações da Casa de Governo — órgão federal que atua no combate ao garimpo ilegal em terras indígenas — há indícios de que o veículo tenha partido de Rondônia. A suspeita é de que o ouro teria como destino final a Venezuela ou a Guiana, países que fazem fronteira com Roraima.
Inicialmente, a PRF chegou a divulgar que havia apreendido 104 kg de ouro. Porém, ao ser pesado já nas dependências da Polícia Federal, o total registrado foi de 103 kg. A diferença ocorreu porque, na primeira medição, o material ainda estava embalado em papel.
